Singela Quietude
Já há algum tempo que tive a clara percepção que a dita vida nada significou de bom para minha pessoa
Eu mesmo jamais consegui adquirir qualquer interesse ou mesmo algum sentido em minha existência
E uma pergunta óbvia me queimou desde sempre em minha mente:
"Por que estou vivo?"
Os anos correram, logo envelheci
Uma vida sem amores, sem filhos, sem qualquer casamento, mesmo que fracassado
De uma semente curiosa me tornei uma árvore seca, sem frutos
Sem legado, sem história, sem raízes
Somente o passar de pensamentos perdidos
Além da dor e das marcas adquiridas nada mais restou
Caminho com um sorriso que nunca existiu
Caminho torto e sem rumo por estradas sem nomes, sem deixar qualquer pegada
Me tornei oco, singela quietude
Um fantasma preso na escuridão.