O que seriam dos começos se eles não tivessem fim?

No começo, Ed, eu tinha tanto medo de te perder que doía imaginar você ao lado de qualquer outra pessoa que não fosse eu. Porque no começo eu achava que poderia ser você o cara certo, e eu nem to falando do “amor da minha vida”, porque com tantas experiências ruins, sei que isso não existe. Pelo menos não existe mais. Eu acho que o fato de ter sido mais sua do que minha em tão pouco tempo é que estragou tudo. É que no começo, bem lá no comecinho, a gente parecia combinar de um jeito que eu não consigo entender até hoje, por mais que eu pense e tente e interprete de várias formas diferentes. Você partiu meu coração muito antes de eu saber que ainda tinha um. Porque quando a gente ama alguém, a gente tenta encontrar tempo pra ter aquela pessoa por perto. E por mais que eu tivesse todos aqueles mil e um defeitos que você adorava jogar na minha cara, eu ainda insistia de que seria você a parte certa de toda aquela minha história cheia de curvas tortas. Porque sim, apesar de eu não acreditar mais em finais felizes eu ainda achava que toda aquela coisa era o destino agindo e que talvez, com um mínimo de probabilidade possível, você pensasse a mesma coisa. Céus, como eu pude ser tão ingenua? É claro que não. Você acha que sabe tudo, mas não sabe do mais importante: quando alguém te dá o coração, você não pode simplesmente se afastar e dizer que é preciso ter calma. Porra, Ed. Eu te dei meu coração, meu corpo e todas aquelas palavras que por mais clichês que fossem sempre seriam só tuas, e o que é que você me devolveu? Nem mesmo a droga do meu coração em pedacinhos miúdos e inúteis você quis devolver. E o mais difícil de tudo isso é que o que me faz te odiar é o mesmo que me faz te amar e embora eu saiba que estou fazendo tudo do jeito errado, meu coração diz pra eu ter paciência porque ninguém disse que seria fácil. Assim como ninguém disse que iria doer como dói. Porque todo começo é mais bonito e todo fim é difícil de superar.