Liberte-me
Deslizando por ângulos tortuosos
Vislumbrando lembranças de um amanhã incerto
Que me visita em meus sonhos
Eu vejo um semblante,
Eu vejo uma silhueta na dançante neblina noturna
Na seletiva eliminação das opções que nesta jornada me restam
A satisfação é uma sinistra figura
Oferecendo o caminho mais fácil
Rumo à liberdade deste mundo de dor
Tenho a fétida companhia
Daquele que apenas a indecência carrega na bagagem
Mostrando a nulidade dos receios de meus pecados
Lágrimas de ansiedade pelo meu abraço
Rolando de seus olhos flamejantes
Meu destino torna em simples piada as ações de grandes tiranos
Eu chego à última passagem da dúvida
Eu solto os últimos gritos de clemência
Diante dos muros da ilusão
No crepitar das árvores, no silêncio do meu quarto
Uma voz chama por minha alma na trilha fúnebre
Com rosas espinhosas me cercando pela esquerda e pela direita