Psicopata do querer
Sou psicopata dos meus quereres.
Tenho a água salgada como válvula, derramando sobre a face,e escorrendo entre o vão dos seios.
Sou adepta do amor, da paixão, do rasgar-se inteira e se recompor, porque a sociedade exige uma boa maquiagem, intacta, sem olhos vermelhos.
Sou Sadomasoquista dos meus desejos, com uma pitada gigante de dores e sabores, perpassando pelo prazer.
Desfaço-me em pensamentos, que fluem, viajam, vagueiam e voltam desordenadamente para meu subconsciente.
Sou errante do certo. Sou a certinha do pecado permanente e desmemoriado.
Tenho aliados meus. Só meus. São meus, donos do meu corpo, vértebras, pele, pêlo, artérias.
Sou intensamente tensa na mesma proporção que sinto a leveza da paixão alheia.
Sou submissa do dia, da noite, do espaço curto que possuo.
Sou comandante dos meus suspiros.