Angústia
Um brado, desta vez, redundante:
Pois certas coisas não precisam ser explicadas.
Há angústias que só quem as cria sabe de seu peso
E o quão boas foram em seus começos.
É duro de imaginar que o calor que te preenche;
O amor que você sente,
Possa se voltar contra você.
E que por mais belo que ele tenha sido
E independente de por quem tenha nascido
Ele ficará lá para sempre
Diferente de sua motivação.
O tempo, ele passa
Mas certas coisas não.
Como cicatrizes que você esconde
Como vozes que você responde,
Na esperança de que desta vez
Elas não sejam criações suas.
E estas lágrimas que caem novamente
Quando vê que era só sua mente
Gritando, implorando
Para que esta dor;
Esta saudade;
Esta enfermidade;
Que te mantém viva;
Sozinha;
Esperando;
Tenha enfim,
Um fim.
O tempo, ele passa
Mas você não passou, não é mesmo?
A solidão te abraçou, minha querida
E eu vejo, mas não compartilho sua angústia
E de longe, choro e penso em seus pensamentos
E o quanto eles exigem de você.
Pois tua melhor memória,
É só memória.
E nesse cenário,
Não há melhora
Exceto
O fim.