Angústia

Um brado, desta vez, redundante:

Pois certas coisas não precisam ser explicadas.

Há angústias que só quem as cria sabe de seu peso

E o quão boas foram em seus começos.

É duro de imaginar que o calor que te preenche;

O amor que você sente,

Possa se voltar contra você.

E que por mais belo que ele tenha sido

E independente de por quem tenha nascido

Ele ficará lá para sempre

Diferente de sua motivação.

O tempo, ele passa

Mas certas coisas não.

Como cicatrizes que você esconde

Como vozes que você responde,

Na esperança de que desta vez

Elas não sejam criações suas.

E estas lágrimas que caem novamente

Quando vê que era só sua mente

Gritando, implorando

Para que esta dor;

Esta saudade;

Esta enfermidade;

Que te mantém viva;

Sozinha;

Esperando;

Tenha enfim,

Um fim.

O tempo, ele passa

Mas você não passou, não é mesmo?

A solidão te abraçou, minha querida

E eu vejo, mas não compartilho sua angústia

E de longe, choro e penso em seus pensamentos

E o quanto eles exigem de você.

Pois tua melhor memória,

É só memória.

E nesse cenário,

Não há melhora

Exceto

O fim.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 20/09/2015
Código do texto: T5389105
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