Pai?
Numa manhã com o clima tenso, no meio da discussão a mãe dispara:
"- Desculpa, mas você NUNCA será o pai da criança."
"- O quê?!? Como assim? Independente do laço sanguíneo, trato com Amor e Carinho, dou minha vida por ela! Como se mede o sentimento?"
"- Não sei, não sei... Só sei que não é só bota comida pra dentro de casa... Tem que estar presente nas horas boas e ruins..."
"- Sim, eu concordo. Me esforço não sou perfeito, posso mudar!Sou responsável e verdadeiro, nunca ti enganei. Cumpro a função paterna, não fujo das obrigações. Posso não ser o pai- biológico, mas sou o pai-do-coração presente nos momentos de tristeza, alegria e dor, não desamparo. Estou sempre disposto a dar o colo."
"- Tá na certidão, tem pensão e a criança não passa necessidade."
"- Graças a Deus, é o mínimo! E o sentimento? Você não pode julgar se sou pai ou não. Me sinto um verdadeiro pai, guardião, zelador que ama sua criança incondicionalmente."
" - Certo... certo... Fica na mesma. Afinal, o que é ser um Pai?"
Silêncio. Do corredor ecoa um desabafo:
"- É nunca abandonar seus filhos"
Silêncio. Cada um para um lado. A vida segue.