"Enterrem meu coração na curva do rio"
Um rio que corre lento, um rio que flui no supremo das belas artérias da natureza, veias fluviais que alcançam o sem fim. O rio corre duas, três infinitas vezes pelo mesmo lugar, mas já perdeu a sua essência primeira, com mais vigor se transfigura a cada escorrer. A liquidez no rio é transformada a cada milésimo de segundo, desfazer-se a todo instante nos revigora, deixar de ser, transfigurar-se como um rio e compreender de perto o humano habitando-nos. Mudar com o tempo e captar a beleza do abandono as velhas mascaras, velhos medos, velhas dores, velhas possibilidade mal aproveitadas.
Enquanto isso perceber que na imensidão do existir o ódio como um câncer corrói as artérias da natureza em prantos e deteriora aos poucos toda sua parte fractal. quando o efêmero tocar o infinito liberem todos aqueles que viveram e lutaram por uma pequena fatia do mundo sem ódio. E assim como os Sioux enterrem esses corações na curva do rio.
Inspirado no prazeroso livro: "enterrem meu coração na curva do rio"