Só é belo o que é suavemente triste  (*)
 
Não pode ser belo aquilo cuja essência já não armazene a sua própria  finitude. Só pode haver beleza no que desde já é harmoniosamente triste. É na tristeza de seu vazio futuro que há certeza no que ainda é belo.
Assim, o amor: quanto mais belo, quanto mais pressentidamente triste, porque o belo do amor está na ideia triste de sua futura ausência.
Na suave tristeza de viver o amor enquanto belo é que está o belo de viver o amor. O amor que fosse belo sem a convicção prévia de sua nulidade não seria belo.
A árvore é bela na tristeza de sabê-la finita. Onde a beleza de seus frutos sem a profética tristeza de sua maturidade e inexistência?
Tanto mais belo - muito belo! - o amor que se provar suavemente triste...

(*) Reedição por ter sido retirado em 2014.