ESTRANHO DESTINO...

As árvores agasalham-se com as palavras que resguardam os segredos do mundo. Quando a noite chega gotas se orvalhos espalham-se pelo chão. Sentimentos desenham-se em abrigos, como fazíamos com os olhares sobre as paredes abandonadas, não consigo gritar o que me vai no coração. Só consigo silenciar uma jornada de vida já passada.

E tudo o que quero é uma biblioteca a céu aberto com todos os segredos e olhos ainda de criança para abrigar todas as palavras que dançam escondidas no fundo de minha alma.

E braços invisíveis que as recebam.

Sei que não estou a sonhar, e neste frio de rachar o meu abraço vai andar por aí, disperso. Talvez vá à longínqua imaginação, falar de coisa nenhuma, talvez ouça uma canção tocada pelo coração, ou simplesmente passe as emoções pelas mãos descalças e anoiteça na virtual vontade de acordar em sentimentos deste estranho destino de estar sempre longe.