Sinta-me...!!!
Me dê um papel e uma ceneta...
Que entrelinhas irei lhe mostrar o sabor e o peso que tem minha dor...
Divago em pensamentos...
Divergentes...
Que oscilam em minha mente...
Desconheço o mundo que me apresentam...
Não creio nas falas, vozes ouvidas ao longe, no alto de monte, lá estou...
Atordoada...
Atormentada...
Perdida...
Sem direção...
Por que ali não há chão...
Flutuo em transe, em meio aos sussuros que ecoam...
Frases...
Palavras...
...
Então me pergunto:
Quem sou...?
Não sou daqui ou dali...
Não faço parte deste ou daquele...
Desconheço este mundo como meu habitat natural...
Nasci em lugar errado...
Época errada...
Nada aqui me pertence ou não pertenço a espaço algum...
Quem sou...?
Além de alguém que questiona...
Além de alguém que não aceita qualquer desculpa...
Além de alguém que mal o nome tem pra ser chamado de seu...
Perdi para a eternidade dos meus pesadelos...
Vi ir embora para longe do alcance das minhas mãos minha mais bela criação...
Minha filha fora arrancada de mim com tanta violência que dizer que sinto dor, ainda soa banal...
O que devo eu fazer...?
Fechar meus olhos...
Tranquilizar minha alma...
Acalmar meu coração que palpita, bate em passos acelerados...
Me sinto tão impotente...
Vazia...
Quase que demente...
Olhar latente...
Fixo voltado a minha própria alma doente, carente, menos sorridente, dependente de uma justiça que não tem precedentes...