O grito não me interessa!

Dois comentários que eu fiz sobre um artigo que eu escrevi e publiquei no dia 7 de setembro de 2015:

Obs.: A crítica não é a uma escola específica (eu jamais faria isso), mas ao país, que, todo ano, apresenta desfiles como se a independência conquistada tivesse trazido algum benefício para o povo. O país se une, no dia 7 de setembro, para exibir roupas e uma realidade inexistente. A realidade é mascarada. As escolas deveriam fazer movimentos críticos, e não perpetuar a celebração de uma conquista de um grupo que disputava o poder político-administrativo. Os livros didáticos mostram o que, de fato, aconteceu, mas o conhecimento que se tem não é posto em prática, não é usado. Não me interessa o grito de D. Pedro; não me interessa celebrar a vitória de D. Pedro, nem a vitória de seu grupo político; não me interessa saber se as ordens de comando e de escravidão vieram de Portugal ou do partido que queria a permanência de Pedro; não me interessa saber quem ficou mandando no Brasil: se foi Portugal ou Inglaterra. O que me interessaria seria apenas a independência do povo brasileiro, que não foi conquistada. As injustiças permaneceram: a escravidão, a desigualdade social; a monarquia foi adotada. Independência do quê? Quem foi beneficiado com essa falsa independência? Não foi o povo. É irônico celebrar a vitória de um grupo político que queria apenas estar no poder, e não melhorar a situação dos brasileiros.

Para concluir: as escolas brasileiras não fomentam o senso crítico; não fomentam a libertação; não fomentam a liberdade de pensamento. As escolas brasileiras são instrumentos que perpetuam os interesses do grupo político que conseguiu a vitória contra Portugal, apenas. As escolas brasileiras são instrumentos que perpetuam os interesses de uma classe social, a classe dominante, a classe que deseja manter o povo na ignorância. A história precisa ser mostrada. A história precisa ser, de fato, "a mestra da vida", como dizia Cícero, ou seja, precisamos aprender com a história. Mas os brasileiros preferem fazer de conta que estamos em "berço esplêndido".

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 08/09/2015
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