SE TENHO ERRADO TANTAS VEZES, POR QUE AINDA SOU UM CRITÉRIO TÃO ABSOLUTO?

Ontem mesmo me enganei com a letra de uma música que jurava saber até de trás pra frente, tropecei em palavras ditas inúmeras vezes dentro dos mais variados assuntos e ambientes, Já errei o look do dia, o enfoque da notícia, operações matemáticas. Me equivoquei com a quantidade de amor compartilhado, dei premiações aos homens errados, reguei flores incansavelmente até perceber que atenção demais também mata. Segreguei por ciúmes, juntei por compaixão, amaldiçoei por medo e me coloquei na frente da morte por puro heroísmo anônimo. Tantos erros contém em si um impulso divino que é ludibriado pelo humanismo. Definitivamente, não sou critério pra nada. Quando defendo um pensamento até o fim, sou uma espécie de tronco enraizado na ignorância, quando sou flexível mostro-me vulnerável, como uma pipa desgovernada em dias de tempestade.

Apesar de tudo, às vezes, tenho a prepotência em achar que sei das coisas, que posso facilmente ver as intenções dos outros, colocar moldura em horizontes desenhados por outrem, achar que sei mais que a natureza só por ter tecnologia, que sei mais que o autor só por ter lido sua obra, que sei do amor dos outros só por ter amado uma vez. Repito, definitivamente, não sou critério pra nada.

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 07/09/2015
Código do texto: T5373906
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