A MORTE

Quando jovem pensava na velhice, na morte, temas que nunca me assustaram. Observava meus avós velhos, meus pais envelhecendo e sempre achei o caminho natural a ser percorrido pelos seres vivos.

Agora que envelheci continuo aceitando com a mesma naturalidade, não fui um homem bonito, quando a degradação física começou havia muito pouco para deteriorar, e em nada me afetou o desaparecimento da "ilusão da juventude”. Não tenho medo de doenças ou da morte. É claro que eu quero postergar o máximo a minha vida para estar o maior tempo possível ao lado das pessoas que eu amo, mas a hora de todos goste ou não esta marcada e não adianta chiar.

Depois de uma vida intensa onde vivi tristezas e belezas, só resta me preparar para o ato final que eu considero o grande espetáculo do acordar do sonho da vida, do despertar, da volta para casa.

Para aqueles que eu amo muito nessa vida faço das palavras de Noel Rosa as minhas palavras:

Não vistam luto / roupa preta é vaidade / para quem se veste a rigor / o meu luto é a saudade / e a saudade não tem cor.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 06/09/2015
Reeditado em 07/09/2015
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