Lembranças

“Normal seria se estivéssemos brigando, vomitando mágoas na cara um do outro”. Seria normal passar por você na rua e apenas disfarçar um olhar, sentir aquele frio na barriga, mas respirar fundo e passar reto como se nunca tivéssemos nos encostado antes. O normal seria não gostar de você e me concentrar em tudo de ruim que passamos juntos pra que não sentisse saudade dos momentos bons.

Mas quem disse que o normal é o certo.? Não, eu gosto mesmo é do extraordinário, daquilo que vai além do comum.

Gosto de sentir seu cheiro outra vez e me perder em seu abraço que por tantos anos já foi meu Castelo; adoro poder te encher de carinho e me perder em seus cachinhos que sempre me encantaram; gosto de sentir sua mão em meu corpo, sua pele na minha.

Adoro quando você me olha intensamente e sorri; me arrepio toda quando você me beija e sorri; me encanto em perceber que, mesmo depois de tantos anos, você ainda faz meu olho brilhar como ninguém mais fez.

Nunca gostei de pensar em nós dois, de me lembrar das brigas e gritarias no meio da rua de uma terça-feira qualquer, de pensar na dor que eu senti quando te vi ir embora. Nunca gostei de pensar no que eu era enquanto estávamos juntos, aquela menina escrota e submissa e dramática, mas que seria capaz de inverter a rotação da Terra se isso te fizesse feliz...

Bloqueei todos os nossos dias bons, esqueci deles. E era o normal, o esperado, o mais fácil pra eu poder superar nossa história.

Mas sabe o que eu lembrei agora.? Que a gente ia pra Babilônia de balão... Que a gente ia conhecer o mundo todo juntos, mas primeiro o Brasil... Lembrei que teu peito se arrepiava quando eu passava minhas unhas gentilmente por cima dele, acariciando cada parte de você. Lembrei da primeira vez que eu disse que eu te amava mais do que tudo e de como nossos olhares de cruzaram e se entenderam. Lembrei do nosso primeiro beijo, do nosso primeiro beijo na chuva e de você me falando que eu só podia ser louca ou estar apaixonada pra estar ali naquele momento. “Loucamente apaixonada” – eu pensei na hora. Lembrei de como eu me sentia segura do seu lado. De como eu preferia passar o resto da minha vida brigando com você à simplesmente não te ter comigo.

Lembrei de como eu era menina, de como eu era moleque... De como eu adorava a vida, que naquela época era tão colorida. Eu sabia ser romântica, eu sabia ser mulher.

Lembrei dos nossos planos de envelhecer juntos e que nossa filha se chamaria Gabriela ou Juliana ou Manuela. Ou que teríamos as três... “Quantidade de filhos suficientes para montar um time de futebol”, você dizia.

Lembrei de você tocando violão e me dedicando as músicas mais lindas e de como fomos felizes em tantos momentos.

Lembrei-me de como nosso amor era extraordinário, era maluco, era intenso e ultrapassava todos os limites do que é normal.

Lembrei que eu Nunca Esqueci o Quanto Eu Amo Você.

Bruna Bahls
Enviado por Bruna Bahls em 04/09/2015
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