Há dias...
Há dias na vida
de um poeta
em que a própria poesia
lhe cansa,
e, nesses dias,
não lhe há pior companhia
que o mero jogo
inútil
de palavras vazias.
Porque, antes da Poesia
há o Homem,
e terra
e náusea
e sangue.
Há crianças morrendo
pela nossa omissão.
E quando forem as nossas?
Outros poetas cantarão
as suas superficialidades.
Só nós não.