Convites

    A janela aberta fez o convite. Então uma brisa entrou enquanto eu lia o meu jornal. A brisa desalinhou as páginas e interrompeu minha leitura. Espere... Não, a brisa não “interrompeu” o meu trabalho, apenas aproveitou o ensejo para fazer-me outro convite: “Vamos pensar um pouco?”.
    Então sentenciei: “a vida é feita de convites”: minha janela fez reverência à brisa, que tocou de leve o meu jornal, que se dobrou para o desvio do que eu fazia, e que não fossem a perspicácia da janela e a deferência da brisa talvez eu não soubesse, sequer, que a vida é feita de convites...