Pessoas frustradas x Pessoas "inabaláveis"
Algumas pessoas se frustram tanto em relacionamentos que acabam por frustrar as pessoas de boas intenções. É normal que pessoas que tomem tanta pancada na vida, se fechem e se tornem amarguradas, frias e frustradas... Contudo, isto não quer dizer que elas tenham que iludir os outros, porque simplesmente não sabe como lidar com suas próprias frustrações. Se ainda não está pronto para partir pra outra, se libertar do passado e viver intensamente novas experiências, não ouse fazer de ninguém o seu passatempo. Afinal, você pode não ser apenas um passatempo para outra pessoa e logo alguém sairá magoado dessa história.
Acredite, existem pessoas que embora tenham tido muitas decepções na vida amorosa, conseguem manter um coração "puro", um tanto eternamente ingênuo. E essa é uma coisa raríssima de se ver. Se encontrar um coração desses por ai, dê créditos a ele. Um coração assim, quer nada mais, nada menos que mergulhar intensamente em histórias inéditas. Quer poder ter a liberdade de se expressar abertamente, porque acredita na força indestrutível do amor, que nada nem ninguém podem abalar o que é verdadeiro.
Parece bobo, não é? E é. E qual a graça de não ter um coração bobo? Corações bobos se entregam imensamente ao prazer que é poder amar e ser amado. Pensa por dois. Faz de tudo para manter a chama sempre acesa. Faz o possível para agradar o seu amo porque agradá-lo significa agradar a si próprio.
Pessoas amarguradas não são apenas pessoas que se decepcionaram muito. São pessoas que permitiram a entrega absoluta da dor, passando para uma realidade de tristeza profunda. Embora viva uma vida aparentemente normal, não consegue ter boas relações com mais ninguém. Essa é uma tristeza tão profunda que nem a própria pessoa consegue perceber o quanto é afetada.
Essas pessoas amarguradas, muitas vezes, torcem pelas frustrações alheias. Essas pessoas, inclusive, fazem com que elas mesmas se frustrem cada vez mais. Não se permitem viver. Não se permitem sentir. Sofrem constantemente por não conseguir sentir. Algumas até tentam, alguma hora, depois voltam à estaca zero quando se veem frias demais, calculistas demais para questões amorosas da vida. Até confundem isso com "amor próprio", alegando não precisar de mais ninguém para ser feliz. Ora, como viver sozinho e feliz? Em um determinado espaço de tempo isso funciona. Depois o tempo passa e você percebe que falta alguma coisa, um complemento.
Não acredito que precisemos de pessoas que nos completem. Somos completos. Quem quer ser, é claro! Há pessoas que são dependentes de companhias. Mas, não me refiro a elas. Refiro-me a pessoas que são felizes sozinhas, mas que reconhecem que uma companhia a mais tornaria os seus dias melhores, mais agraciados.
Uma pessoa que te transborde, que te tire da sua zona de conforto. Que te desafie, te ilumine e faça enxergar além das suas observações de costume. Que te traga paz, não tormento. Que te tire o sono, porque passou a noite lembrando-se de como o seu dia foi maravilhoso ao lado daquela pessoa maravilhosa.
Todos estamos propícios a nos decepcionar, até porque a decepção só é decepção porque vem de alguém que gostamos muito. No mais, não nos afeta de modo algum. E, se a gente fica preocupado demais, evitando nos relacionar com outras pessoas pelo medo de nos decepcionarmos. Uau, vamos parar de viver logo, né?
Cabe a nós escolher quem vale a pena estar ao nosso lado, e que pode acarretar uma futura decepção, que não deve ser pensada no presente momento. Todos nós temos aquela imagem de pessoa ideal que gostaríamos de ter ao nosso lado, mas convenhamos que todas as pessoas são diferentes e o diferente é muito atraente. Talvez, aquilo que você mais deseja, quando ao se deparar com aquilo, pode não ser tão interessante quanto o desconhecido, o inesperado, o diferente.
O que é diferente de nós, parece ser como um imã. Nos envolve completamente. Há exceções, claro. Em alguns raros casos, os iguais conseguem manter uma relação estável. Raros casos. Imagine outro de você? Você pode até se amar, mas iria gostar de saber como o outro vai agir em todas as situações? O previsível é, muitas vezes, monótono. O ser humano gosta é de surpresas, de não saber do dia de amanhã. Por isso, muitas pessoas dizem que a mulher sempre escolhe o cara "safado", do que o cara "santinho".
Não é tão verdade assim. É que o cara "santinho" vai agir exatamente como esperamos. Não que seja desagradável, mas não saber se o cara vai te ligar depois daquela noite incrível é um tanto mais atrativo. O cara "safado" é imprevisível, desafiador, inconsequente. Se for a mistura dos dois então? Pacote completo.
Nos atrever a viver diferentes experiências, conhecer diferentes tipos de pessoas, nos permitir a entrega absoluta ao outro, são coisas que valem a pena o investimento. Se magoar? Fará bem ter um coração maleável, que saiba se recuperar sem machucar nenhum outro. É importante que as coisas que nos afetam não sejam poderosas o suficiente para "estragar" as relações com as pessoas em nossa volta.
É como dizem: "Se der medo, vai com medo", e é a real. Como você pretende encontrar a "cola" que vai remontar seu coração partido, se não se arriscar e, quem sabe, ser muito feliz? Se não der em felicidade, vai render em experiências, recordações. Vai ter sido mais um sentimento que você pôde explorar. Vivenciar. Potencializar. Transcendentalizar em si e no outro. Aposte na sua felicidade. Custe o que custar. Sem medo. Sem recua. Flutue com os pés no chão (sem sair da realidade, estado de "ilusão"), mas jamais se prenda às suas frustrações. E vai, vai ser feliz, sem olhar para trás.