Fardos inúteis

Deus deixou, não por acaso, perguntas que não possuem respostas exatas, absolutas. Creio que Ele as mantém assim, porque algumas questões não devem ser respondidas com uma só resposta, pois essas respostas podem variar dependendo dos indivíduos envolvidos, das situações, enfim, dos “efeitos colaterais” que provocariam e de toda razão que somente Ele mesmo pode enxergar. Porém, nós seres humanos, temos uma forte tendência a eleger semelhantes, para que nos respondam algumas dessas perguntas e muitas delas, nas mãos dos eleitos (por nós), se transformam em “regras cegas”. Nada contra as regras, pois são necessárias para manter a ordem, o problema acontece quando essas “regrinhas inofensivas” se tornam armas de submissão, sendo usadas para trancafiar pessoas em conceitos, muitas vezes, ridículos e fazê-las viverem mecanicamente uma vida com sentido duvidoso, uma vida rasa onde “o tal estilo de vida” passa a protagonizar a história daquele que se submeteu, de forma automática e inconsciente.

Talvez a liberdade que procuro seja confusa para alguns, mas eu quero correr o risco de Pensar sempre em uma saída, de melhor viver, buscar a sabedoria, aprender com os meus erros e acertos, aceitar recomeçar através do perdão, entender que as pessoas falham assim como eu e também querem e precisam ser acolhidas, lembrar que não nasci para ficar estagnada em velhas ideias, quero ficar o mais longe possível de conceitos inúteis e sem fundamento, longe também, das “anomalias” comuns à sociedade, abro mão da santidade que podem identificar com os olhos e ouvir com os ouvidos, aquela santidade que pelo lado de fora o “mundo” pode ser testemunha cabal, essa que nos torna seres tão estranhos, ao ponto de passarmos a fazer coisas pelo puro sacrifício desprovido de inteligência, a fim de ganharmos recompensas e a falsa convicção de que somos superiores aos demais, que o Senhor me livre de me conformar com a injustiça, de consentir com o que oprime o meu irmão, seja qual for o grau ou o gênero da opressão.

Desejo refletir o melhor que tenho cultivado dentro de mim. Sou eu uma constante encantada com a possibilidade de viver a dádiva da Vida em amor e uma eterna apaixonada por Aquele que me concede tudo que me é disponível.

(Em 01/02/2015)