Maktub
Não joguei nada fora, porque nunca me desfaço do passado. Está tudo aqui, nas gavetas e no coração, na estante e na memória, nos cartões e nas poesias. Não sinto ódio, nem ressentimento. Não sinto senão um breve encantamento melancólico, daqueles que sentimos quando lemos algo que havíamos escrito há muito tempo e não acreditamos que fomos nós quem escrevemos. Leio nossa história com suavidade, com nostalgia, e fecho o livro quando termino de ler. Morrem os nomes, sobrenomes, filhos, casas e viagens planejadas. Morre tudo ali, adormecidos na escuridão de um livro fechado. E, como toda história que começa bonita, tem seu fim. Tinha de acontecer, é o que diz Maktub. Sim, tinha de acontecer. E aconteceu. Mas acabou. Estava escrito.
"Quero ver você maior, meu bem
Pra que minha vida siga adiante
Eu tô levando tudo de mim".