SER SOBREVIVENTE
Fazer trinta anos é diferente...
Diferente de fazer quinze ou vinte...
Chegar aos trinta me trouxe uma reflexão...
Pensei no que fui, no que deixei de ser, no que fiz, no que não foi possível fazer e cheguei a uma conclusão: Sou sobrevivente.
Ser sobrevivente é se perguntar o porque de um abandono e responder a si mesma: Siga em frente.
Ser sobrevivente é se sentir burra, feia, inadequada e "bruxinha da vassoura de capim", colocar um pano preto no espelho e continuar existindo...
Ser sobrevivente é se sujeitar a condições desconfortáveis tendo como alimento de cada dia, o pensamento positivo: Vai passar logo, vai dar tudo certo.
Ser sobrevivente é se sentir só e se contentar com a própria voz trazendo consolo.
Ser sobrevivente é querer desistir da vida e lembrar que não é possível nem se dar ao luxo de desistir, porque tem alguém do outro lado da montanha esperando algo mais.
Ser sobrevivente é querer e na maioria das vezes não poder. E não poder significa abrir mão das próprias vontades pra realizar as de quem pode.
Sobreviver é nadar, nadar, nadar e não morrer na praia.
Sobreviver é chegar na areia cansada, sem fôlego, com fome, com sede, feia, descabelada, mas viva e com vontade de continuar.
Se a morte não chegou ainda, não há motivos para parar. Seguir é questão de necessidade... Continuar é sempre preciso...
Então que venham os 40, 50, 60 e quantos mais forem permitidos por Deus...