DO QUE VOCÊ GOSTA?

A vida que vale a pena ser vivida só pode ser aquela em que o espírito possa se deleitar com todas as formas de belo. Isto se encontra na maneira com que observamos o mundo ao nosso redor. Somos todos espectadores e artistas ao mesmo tempo. No palco do mundo, onde as cores brilham com maior intensidade, encontram-se aqueles que se conscientizaram da importância do comportamento artístico. Há uma concentração em torno de todos os atos, todas as palavras e intenções para que o belo se manifeste. Compreender que ele não se encontra apenas na aparência nem na artificialidade significa ter avançado um pouco mais no conceito de belo.

É por isso que, desde a jovem mais deslumbrante, passando pelas fantasias e adereços os mais luxuosos até ricas e notáveis mansões, pode haver o vazio da expressão se não houver, por trás disso, a intenção de agradar, de praticar o bem. Nem sempre o belo deve agradar; a simpatia não se restringe ao ser humano. Ela está no tipo de relação entre mim e aquilo que eu aprecio; se não houver uma troca de identidade; de gosto; de sentimento purificado, nenhuma expressão de belo conseguirá me impressionar.

Daí, resulta o belo por trás das rugas de uma velhice, entre as crianças pobres de um casebre e mesmo no meio de rebotalhos largados e esquecidos. Se assim não fosse, não tiraria, o escultor, de um refugo de floresta ou de uma peça inoperante a mais alta expressão de belo que sua imaginação pode conceber; ele consegue transformar em arte aquilo que costumam desprezar os olhos despreparados. O belo já foi delineado em nossas mentes à partir da apreciação de tudo que se encontra ao redor; basta o toque final para a sua concretização. Deus, ao criar o universo viu que tudo era bom e, se tudo é bom, não há como não se tornar belo, também. Pois, a arte é o belo de Deus manifestado.

Professor Edgard Santos
Enviado por Professor Edgard Santos em 10/08/2015
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