Nada, não
A vida sofre mutações cotidianas, pra algumas pessoas nem tanto assim. Algumas pessoas vivem, outras estão por aí. Se a angustia de viver não apavora todo mundo, deveria no minimo poder sumir de mim, pra ver se tudo seria um pouco mais justo. Sempre tentei escrever sobre o que eu quisesse, e até comprei um diário achando que serviria pra algo, mas na verdade só serve pra eu colar coisas do meu passado. Eu não sei muito bem mais sobre o que escrever, nem muito o que eu sinto, porque em constantes dias eu só sei fazer juz a uma menina de 18 anos que não faz nada o dia todo. Ah, isso corrói, corrói bem lá dentro. O meu futuro é a coisa mais incerta, mas ironicamente eu sei como vai ser o meu amanhã. Eu vou acordar, dar ''bom dia'' para as pessoas que gosto e seguir um dia puxando assunto de assunto nenhum com as mesmas, que eu nem sei se gostam mais de mim também. Talvez isso corroa bem mais. Não se trata de nenhum problema em si, nada muito preenchido, nada totalmente vazio, mas aquele meio termo em que você está viva e sobrevive na linha tênue de ser uma nada. Nem pra ninguém. Nem pra você.