MENINOS DEBILÓIDES

A maioria de nós tivemos uma pré-adolescência, adolescência e pós-adolescência normal, com direito a pequenas ou grandes rebeldias, pequenas ou grandes aventuras e descobertas amorosas, pequenos ou grandes deslizes envolvendo bebidas, pequenos ou grandes shows ou festas, ou seja, o mundo era nosso, com a certeza que teríamos muito tempo pela frente, pois as responsabilidades eram mínimas. Tudo absolutamente normal, ainda que alguns exageraram na dose da imaturidade e da irresponsabilidade.

Porém, a cada geração, pelo que parece, as doses de normalidade para este momento da vida, com tamanha influência hormonal, vem sendo quebrado para o lado equivocado, o caminho torto, tudo por uma questão simples, a ausência do mínimo de educação doméstica.

Não muito tempo atrás, os jovens faziam suas loucuras ditas “normais”, típicas de registro para ficar na história pessoal de cada um, cujos exemplos vêm à memória neste momento de quem lê, com direito ao sabor e o cheiro da aventura. No entanto, hoje, os meninos (leia-se, meninas também), estão fora de órbita, em sua maioria (ainda bem que não são todos). Pois lhe faltam FAMÍLIA.

Gestos mínimos de educação não são passados, pois os seus pais, ou responsáveis, ainda estão preocupados com suas conquistas pessoais ou trabalhos exagerados que fogem ao controle. A simples explicação de que para atravessar uma rua devem olhar para o lado e para o outro, não é mais ensinado, resultado, pequenos acidentes ou mortes. Não bastasse isso, o celular, que assume a condição de amigo inseparável, suplanta o pai e a mãe, pois estes já não sabem colocar limites. Os inúmeros aparelhos eletrônicos e as ditas redes sociais fazem o papel de educador, e nós sabemos, que este mundo fictício, na maioria das vezes leva à morte.

Os jovens atualmente, em sua maioria, não sabem o que é religião, muito menos a essência de um Ser superior, apenas buscam contrariar a sua existência apenas pelo gosto de desfazer de tudo, ou, o pouco que conhecem é através de mensagens fabricadas e divulgadas por meio dos “zaps” da vida. Algumas destas mensagens de auto ajuda até possuem bom significado, porém muitos destes jovens nem sabem interpretar. Ler a Bíblia, nem pensar.

Infelizmente, esta é uma realidade que não atinge uma ou duas classes sociais, e sim a todas, pois faltam a pais, pobres, ricos ou de classe média, o mínimo de conhecimento em passar aos jovens o básico em educação.

Uma pena, pois o nosso país é lindo, no entanto, a associada à política atual e histórica banhada em corrupção, com a má formação de pais (os verdadeiros detentores da responsabilidade de ensinar e não o professor em sala de aula), estamos entregues a uma construção desarrumada do amanhã. O “por favor”, o “obrigado”, o “com licença”, entre outras palavras mágicas que transmitem educação doméstica e geram gentileza, estão ficando para o passado. Beijar o pai ou mãe em qualquer lugar, é raro; abraçar e visitar os avôs é mais raro ainda; ou seja, a FAMÍLIA é só uma foto na parede ou um choro forçado no velório que acontece e quando acontece, ainda assim, não toca o coração destes jovens.

O conceito de família, onde pais e mãe trabalham, mas todos almoçam e jantam juntos é algo surreal, mais ainda no imaginar todos agradecendo à Deus pelo alimento de cada dia. Hoje, quando sentam à mesa, pouco se alimentam, não deixam a internet por meio do celular ou ficam ouvindo música, além de raramente os pais estarem em casa e quando estão, sentam rápido e mal perguntam aos filhos como foram ou se foram à escola.

Estes meninos estão crescendo e indo para as ruas, brigando mais, cometendo mais crimes, aumentando o número de suicídios, maltratando animais e a flora, desrespeitando idosos e deficientes físicos, impondo suas vontades sem limites, mesmo quando o tema envolve sexualidade, e o que é pior, sem um mínimo de preparo. Não bastasse isto, quando chegam à faculdade, pois os requisitos de ingresso na sua maioria é ter a condição de pagar, não agregam em nada a sociedade, ferem qualquer princípio ético e com certeza passarão a seus filhos toda esta visão deturpada de mundo.

Assim, encerro este pensamento, desejando que mudemos, ainda hoje, a educação moral dos nossos jovens e as nossas também, para que amanhã o normal não seja a seguinte definição de jovem: menino debilóide.

ABCOUTO
Enviado por ABCOUTO em 04/08/2015
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