O Hibrido
Procuro quem sou nas memorias que perdi, em traços e traçados nos espelhos e nos retratos.
O senhor de tal poder, com certeza não teve piedade de mim.
Não consigo ter só bondade, pois em mim também há maldade.
De corpo cálido trago a vermelhidão de um perpétuo estado de hipertermia, minhas grossas escamas formam a trincheira que protege a minha alma, meu único chifre e minha cauda assombrariam qualquer mortal na escuridão.
Mas meu rosto de fedelho acobertam o breu do meu ser e minha asa solitária de lindas e extensas penas brancas como a neve julgam me um ser hibrido em um corpo mortal, na casca fraca denominada humana.