MÃOS
MÃOS
Instrumento sem igual, projeto híbrido de força e precisão, nos diferencia dos outros irmãos em gaia pelo polegar opositor. São estruturas híbridas que nos permitem ações das mais antagônicas. Elas podem estar cheias de ternura e servir para um afago, mitigar um sofrimento, fraternalmente aquecer outra mão que sofre pelo frio ou pela indiferença. Parafraseando Einstein: as duas coisas que são infinitas, o universo e a ignorância humana. Nesse momento, elas são instrumentos bélicos que infringem sofrimento, sem faixas etárias, gêneros, números e graus diferentes.
É a extensão visível de nossos cérebros para concretizar ou materializar uma ideia. Servem primorosamente para a comunicação entre os desafortunados, alijados de um dos sentidos.
Representam com imparcialidade nossos melhores e piores momentos:
Saudação a Adolf Hitler pela imposição das mãos,
A energia e a leveza de Isaac Karabtchevsky,
A consagração litúrgica brindando ao amor,
As representações manuais em Roma que decidiam pela vida ou a morte,
Quando fechadas como valvas, aprisionam nossas orações aos céus para enviá-las em segurança,
Possuem sinais intimamente particulares, que não se encontram presentes nas mais de 7 bilhões de almas restantes,
Que seria de Mozart, Chopin, Beethoven ou de nós ? Suas mãos nos agraciaram com momentos de rara beleza.
Os disparates também são registrados, mãos empunharam armas que retiraram vidas, talvez outro Beethoven, o que nos privou da beleza.
Elas são instrumentos incomensuráveis, que não podem ser replicados com toda a tecnologia que dispomos de homens do terceiro milênio. Talvez elas possam ser utilizadas para debelar a fome, para proezas na ciência, para amizade entre os povos, no basta para a violência sem precedentes, na consagração universal e em situações não beligerantes.
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