Crise dos 20 e poucos?
Há um tempo atrás assisti um vídeo que dizia sobre a crise dos 20 e poucos, onde os jovens adultos terminavam a faculdade e não paravam em um emprego por muito tempo, pois queriam ganhar mais e não estavam dispostos a ficar por mais de um ano em um cargo não muito valorizado.
Será que estamos muito imediatistas ou é a sociedade que nos criou assim? Já parou para pensar como é a rotina das crianças hoje em dia em comparação de como era antigamente? O nível de exigência e a carga de expectativas depositadas nos meninos e meninas é desproporcional ao que eles e elas deveriam receber.
Escola em tempo integral, isso virou moda, mas afinal de contas, o que elas propiciam aos alunos nessas 8 horas que ficam fora de casa? Caso a resposta seja em um período aulas convencionais com giz, lousa, cadernos e canetas e em outro período atividades culturais, esportivas e de lazer, estamos proporcionando uma vida de qualidade para os pequenos. Se a resposta for ficar presos numa sala sentados e calados copiando e pintando, estando criando pessoas que não gostam da escola, de português, matemática e depois os puniremos pelo o que eles não têm culpa.
Quando chega em época pré-vestibular os adolescentes se veem obrigados a decidir que curso universitário farão, porém dificilmente tiveram a oportunidade de conhecer as profissões, sem ter tido a vivência com algo que tenha a ver com elas. Somente fórmulas e decorebas não fazem sentido algum além de ir bem nas provas.
Seis por cento da população brasileira chega a uma universidade, enquanto que em Cuba este percentual é oito vezes maior. Se o jovem tem a sorte de trabalhar em uma empresa júnior ou fazer um estágio que possibilite sua efetivação terá a possibilidade de sua integração no mercado de trabalho da forma ideal facilitada, na carreira que escolheu. Caso contrário, lhe exigem experiência e por não a ter, lhe negam o emprego, mas todos nós precisamos de uma primeira oportunidade, certo?
Se passamos por algum processo seletivo para um emprego, seja efetivo ou temporário, de novo a inexperiência pesa! Até entendemos, temos que concordar que um profissional com mais vivências tenha mais chances de se dar bem na empresa, mas não devemos generalizar. Agora, o que dizer quando o critério de desempate é por idade? Ou pior, a quantidade de dependentes financeiros?
Certamente quem tem a sorte de trabalhar no ramo em que estudou e se demite porque não obteve promoção em um curto período de tempo merece uns puxões de orelha. Se estão descontentes, devem dar mais de si para que sejam reconhecidos, se auto avaliarem e caso realmente desejam sair, deveriam primeiro achar o emprego melhor para evitar o desemprego ou pararem num emprego pior ou tão ruim quanto o anterior. Porém de modo geral, estamos criando pessoas ansiosas, inseguras e desesperadas.
Devemos sim, repensar a educação e a vida que proporcionamos às crianças. E para os jovens que estão procurando seus rumos em suas vidas, mais compreensão, apoio e amor, por favor!