Sobre barquinhos e oceanos
Toda ousadia, linda de maravilha, ou peça de Orunmilá.
Peça Deus, outro guerreiro, a tua vez de falar
Que sobe aos céus, que desce a terra
Que vem à mente, que sobe pra cuca
Que a mente não bola,
mas é gente como nós.
Que se troca ou se desenha
Que se conhece ou se desdenha.
Barcos e lagoas, vai lá.
Quando as pessoas se relacionam mal percebem que são barquinhos navegando o oceano alheio; desbravam muito, conhecendo pouco. Conhecer o outro é uma espécie de auto-conhecimento, aflorando quem navega e descobrindo quem ancora, projetado no tempo sem acolher a inércia da percepção.
Todos nós, jovens e bobos, calados e satisfeitos, que mal nos damos por suspeitos, somos diletos pelo lugar em que se está.
Não passamos de um barquinho, navegando oceano trilhões de vezes maior, içando vela em busca do outro.