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AH, NOTURNA!
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Não nasci para rebanho e o meu semblante não é o coma.
Não nasci para essa marcha que se supõe existência.
Não nasci tão familiarizada a ponto de derrubar todos os meus muros, embora eu tenha ainda um olhar sincero diante do mundo que chega a beirar a infância.
No final do dia tenho mais certeza de quem sou: flácida, quase desprendida dos meus ossos e à direita ficam as minhas cicatrizes rangendo os dentes.
A emoção não me fez religiosa e a razão tão pouco me fez escrava. Com o passar do tempo eu fui sentindo o rebote da minha automedicação e não cheguei a nada muito conclusivo, apenas o desejo firme de permanecer livre dessa natureza modelada à cada troca de células. Não sou eu que me alimento delas, mas elas de mim. Aninham-se em meu leito de pele. Pequenas rêmoras!
Não nasci herdeira do meu cotidiano e as minhas palavras tingem a página essa ausência de asas. Mas eu nasci livre e empunhei a ampulheta feito lança! Diante de mim a vida e a morte, sou por ambas devorada, mas a mim não enfraquecem! Azucrino ambas à pira de minhas veias.


 
Escrita ao som de:
oOoll NOTURNA lloOo
Enviado por oOoll NOTURNA lloOo em 23/07/2015
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