O tapete dos humildes é o pé no chão

Ele era um simples vendedor de tapetes, viajava por muitas cidades oferecendo e vendendo seus tapetes.

Ela sonhava em ser rica, ter as melhores roupas, melhores jóias, melhores carros, possuir dinheiro, casar com homens ricos...

Ele era humilde, um ser de tamanha mansidão e enorme coração...

Ela era extremamente grossa, arrogante, prepotente...

Ainda de idade nova, sem possuir o que ela tanto sonhava, sua mãe pediu para que ela comprasse um tapete. Depois de muito negar, então ela resolveu ir. Foi ao centro da cidade ver se encontrava.

La estava aquele homem oferecendo seus tapetes para ganhar o seu sustento.

Quando ela bateu o olho nele sentiu algo que nunca tinha sentido por homem algum, era algo diferente que nem ela mesmo entendeu.

Ela procurava um tapete vermelho redondo, por sua vez, ele não tinha.

Ele ofereceu um similar e ela o humilhava, dizendo que ele era burro e surdo, que queria um tapete vermelho e não nenhum outro tipo ou cor.

Então, ele perguntou o nome dela, depois de muito questionar para que ele queria saber, respondeu que era apenas para chama-la pelo nome, então ela falou o seu nome.

Chamando aquela moça pelo nome e olhando para o fundo de seus belos olhos, com sua testa escorrendo o suor de um dia ensolarado...

Disse o rapaz;

"Amada fulana de tal, esse tapete que procuras, a Srª só vai encontrar dentro de ti mesma".

Ela virou as costas e saiu pela cidade a procurar o tapete que sua mãe havia pedido.

Com aquele rapaz na cabeça e pensando no que ele havia lhe dito, ela não conseguia mais se concentrar, nem mesmo procurar aquele tapete vermelho.

Depois de algumas horas voltou para questiona-lo, pois ela não tinha entendido o que ele quis dizer. Na verdade, ela também queria vê-lo novamente. Então, ela voltou no local que ele estava e não o encontrou, saiu em desespero procurando o rapaz pelo centro da cidade. Procurou por todas partes.

Já era por volta do meio dia quando avistou de longe aquele homem de roupas simples na calçada, sentado em suas próprias sandálias e com uma marmita na mão almoçando.

Ela empurrou ele com o pé, de braços cruzados, ainda na altura de seu longo salto, perguntando o que significava aquilo o que ele o dissera.

Ele respondeu:

"Busco esse tapete constantemente para meus pés, esse tapete não se vende e nem se compra, compreende?

Ele está em todos seres, muitos estão adormecidos, infelizmente nem todos o usa, muitos querem pisar e passar por cima de quem adquire esse tapete.

Foi então que a moça entendeu que o tapete que ele falava era a humildade. Foi então que uma forte emoção tomou conta daquela jovem.

A jovem tirou o salto e se sentou ao lado daquele rapaz, conversaram por algumas horas, cada palavra dele a moça se encantava. O rapaz resolveu ir embora para continuar trabalhando, pois, naquele dia não tinha vendido nenhum tapete.

Foi então que ela disse:

"Realmente você não vendeu nenhum tapete, mas com sua ajuda despertou um dentro de mim".

A moça convidou ele para ir a sua casa, depois de muito insistir ele aceitou e foram. Ao chegar em casa sua mãe recebeu bem o rapaz e perguntou se ela encontrou o tapete vermelho,

Ela então respondeu:

"Não encontrei o tapete vermelho, porém descobrir um dentro de mim".

Alguns anos se passaram a moça casou com o rapaz, ele continuou vendendo tapetes, tiveram filhos e por fim ela entendeu que a transformação é de dentro para fora, permaneceu ao longo da sua vida com seus pés no chão.

Enriqueceu sim, não com as riquezas feita por mãos de homens e sim com as riquezas das virtudes que o Todo Poderoso nos proporciona.

Rogério Rodrigues