RABISCOS

fico a observar a  porta com seu  par de puxadores - a personalidade de uma porta, como o nariz o é para os seres humanos

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o choro em lágrimas de sangue que desabrocham cristalinas e salgadas
a cor da tristeza se assemelha ao fumo dos maus presságios e molda-se em tato e visão qual pesadelo porvir e futuro, como se o sentimento colocasse o peso que a imaginação dá ao céu.
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Neste momento senhor absoluto do tempo interior, sensações contraditórias me tomam, como num terrível jogo de contrários sobre a marcha telúrica , oceanos e prumo do escuro, possibilidades e acasos como só a história o faz.
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Nestas visões me deparo com o Totem, a clave desviante dos sistemas, sou induzido vítrea e resinosamente, como âmbar e os filamentos mais perdidos das florestas, para alguma coisa - a natureza fim e essencia de tudo, onde encontro a imunidade ao virus da crença/
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Ah os confins baços e escoroados das galáxias acantonados em tarracota e luz , urdem o tempo;
Confronto e a concordia , distancia e presença, rede ou nó, espaço ou vácuo - o silencio. Nulo e aniquilado, tempo pleonasmo perdurabilidade e esquecimento.
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Universo bem tecida colcha e fragas de todas as cores ensimesmadas como um estame que principia o céu e a terra e ambala o ensejo ao sol,
onde todos os corpos visíveis tem sombra e luz essa é minha certeza
a duvida apenas o estado natural, um tato um grito ou cor
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Em mim persiste uma respiração cavernosamente húmida, só minha, as vezes esquecida e silente, como certeza da plenipotência do mundo;
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ah o futuro! é estéril, enquanto inexistente não brota nada de si mesmo;
 
Labareda
Enviado por Labareda em 12/07/2015
Código do texto: T5308037
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