Oração do dia

Ja fui mais intolerante e preconceituosa do que sou hoje.

Como toda criança nasci sem preconceitos e ávida para conhecer o mundo e as pessoas.

Acreditava na pureza, na inocência, na liberdade total, na alegria da descoberta, não sabia exatamente o que era sonho porque a vida era o próprio sonho.

Quedinhas aqui, frustrações ali, impressões erradas acolá, leituras mal feitas e conceitos aprendidos de outras pessoas foram me deformando ao longo do caminho.

As quedas me mostraram que o piso é imperfeito.

A ansiedade e a crença demasiada na pureza e boa intenção do outro, quando coloquei minhas expectativas nele, tudo abriu meus olhos para minhas próprias limitações.

Retratos de ângulos distorcidos mostraram monstros que nao existiam e camuflaram perigos reais que me enganaram.

Não filtrar o posicionamento alheio e tomá-lo como meu incharcou meu índice sumário de referências de todos os tipos.

Tudo foi bom. Bom não, foi ótimo. Precisava aprender, ensinar, misturar, expermentar.

Cheguei ao ponto de desrespeitar o outro querendo empurrar goela abaixo o que eu achava certo. Devo fazer isso ainda, vez por outra. Fazer o que? Quem não faz.... o negócio é que fazia a toda hora e achava que tinha o direito e a obrigação de fazer: eu tava certa, UÉ!

O segredo que aprendi nas últimas décadas e a luta que travo segundo a segundo comigo mesma é me manter tolerante comigo mesma e com o outro.

Isso não quer dizer que aceito algumas práticas ou sou conivente com situações.

Entendi que gosto de ser respeitada e que gosto de dizer o que penso. Odeio que me empurrem alguma coisa goela abaixo, principalmente quando fingem que não estão fazendo isso e pensam que não estou percebendo.

Aprendi: passou a cabeça o resto escorrega! Na boa e sem escândalo. ..

Ora, se eu gosto disso e daquilo e cuspo e vomito o que não me vai bem, porque a Malu precisa engolir o que eu falo? Malu, Pedro, Diva, Maria, Eva, Joaquina e a pobre da Lindinha que está lá em Tóquio?

Essa semana tenho lido todo tipo de bizarrice. Bizarrice do meu ponto de vista, coisa natural aos olhos de muitos. Tudo bem, somos complementares.

Aquela coisa mesmo de repudiar a divulgação do preparo do Cristiano para o enterro mas repassar o vídeo, para mim é bizarro.

Mas... QUERO ser tolerante, QUERO respeitar o ponto de vista do outro, QUERO ser complementar, QUERO ser respeitada. Então, minha oração para hoje é: Pai, me ensina. Pai me ajuda. Pai amolece meu coração. Pai me fortalece. Pai vem comigo. Pai obrigada.

Lucia Siqueira

As 10.30 h, de pijama, no sol do quintal, com a louça do cafe na pia para lavar, sem saber o q fazer para o almoço, com a Rita, a Luna e o Jack também de boreste no sol. Brasília 27.6.2015