Conveniência.
O tribalismo no despertador anuncia um novo dia, o sol com seus primeiros raios arranha o céu azul de inverno, que frio. A primeira luta de muitos é para levantar da cama, eu prefiro não ter que lutar, tenho evitado discutir internamente. Sigo o som do despertador “de manhã sai da cama havaianas no pé, apostila na mochila e na mão um café”. Olho para o sol que se esforça para mostrar seu brilho na imensidão azul e na minha mente um único pensamento, como esse dia é sensacional. Logo vou as ruas e me deparo com um muro de lamentações, pessoas reclamando de tudo. Procuro o que pode estar causando tamanha insatisfação e porque esse sentimento não tem a minha posse, é como se o ar que eles respirassem não fosse o meu. Começo a perceber que sentimentos como gratidão não existe mais entre os que me rodeiam, raramente ouço um obrigado ou vejo alguma ação digna de um nobre, pelo contrário, vejo apenas egoísmo, desconfiança, desrespeito, ganancia, inveja. Alguns culpam o dinheiro, outros desmerecem as oportunidades que lhe foram oferecidas. Vejo que muitos não viram o dia como está lindo, talvez para eles todos os dias sejam iguais, eca. Eles me observam com um olhar desconfiado, não ligo, afinal quem anda com semblante feliz em meio àquela população sentimentalmente triste. Percebo que ao cumprimentar com um bom dia as senhoras da calçada elas esboçam um ligeiro sorriso e esquecem a cara de desconfiança, que ao ceder um lugar no ônibus para uma gravida ela logo muda a expressão de cansaço para um suspiro de alivio, um elogio sincero dirigido aquela pessoa que lhe parece reservada faz com que ela mude o semblante para um sorriso. Percebo que minhas ações geram uma reação positiva, um retorno feliz. Para mim isso que importa, o equilíbrio de frequência entre as pessoas está no carinho com que tratamos os semelhantes, mas para isso é necessário primeiro se conhecer e reconhecer a oportunidade da convivência. Já pensou como deve ser chato ter que viver sem conviver?!