Dias leves
Quem nunca gostou de uma boa farra? Ou de se acabar de tanto dançar em determinadas festas, com todas companhias possíveis? Garanto que até os menos aventurados já se deixaram levar por este tipo de diversão.
Mas alucinante mesmo é se sentir bem em outra circunstância, nos "dias leves". Aqueles dias em que você se permite trajar suas roupas mais confortáveis, enquanto seu cd de MPB favorito toca consideravelmente alto, fazendo com que a voz de Humberto Gessinger cite cada uma de suas metáforas pessoais. São aqueles dias com cheiro de bolinho de chuva da avó, cheiro de nostalgia, cheiro de liberdade. São os dias em que seus pensamentos se fundem com os da protagonista de algum filme do Richard Gere, ou com as frases bem elaboradas daquele livro que você insiste em ler pela milionésima vez. Ainda que passamos esses dias sozinhos, nâo sentimos um pingo de solidão, pois por incrível que pareça, não há espaços vazios em nós. E quando há, o preenchemos com tudo o que nos faz extremamente bem, por menor que seja, e por mais distante de uma farra que esteja.
E acredite, esses dias são os mais alucinantes que podemos ter. Afinal, quem nunca gostou de um dia regado de nós, e somente, nós?