Vítimas do tempo
Como vegetais cultivados na lavoura da vida, seguimos nossa existência sob o sol, sob a chuva, submetidos ao tempo, ao vento; até que o tempo que nos cultiva ordene à morte que venha finalmente nos colher. De todos nós não restará nada, mas de muitos já nada há, senão uma vida refém da rotina perpétua que nos conduz rigorosamente como os ponteiros de um relógio que segue o mesmo percurso diário, enquanto as engrenagens ainda o mantém em funcionamento.