Vida Vadia
A vida está sempre nos ensinando lições. Por isso, o melhor que você pode ser é ser um bom aprendiz. Mas nem sempre a vida vai ensinar como se fosse a professorinha do maternal. Por muitas vezes a vida parecerá uma vadia, que ora lhe beija, ora lhe dá um tapa na cara. Mas precisamos de um tapa na cara às vezes. E se você entender que a vida de cada um de nós é só uma breve e efêmera passagem por este mundo, então talvez a vida seja mesmo uma vadia que nos usa, e que depois nos descarta para sempre. Você pode encarar isso como um beijo ou como um tapa na cara. Mas o fato é que a vida irá nos usar enquanto pode, e depois irá nos abandonar sem aviso prévio. Então o que nos cabe nessa relação conflituosa é aproveitar o máximo de tempo em que estamos juntos, nós e a vida. É assim que as coisas são, então é melhor aprender logo como as coisas são porque o tempo passa rápido. É melhor retribuir o beijo da vida com um beijo, e retribuir os tapas da vida se curando da ressaca. A vida é uma vadia, mas não vai bater em você à toa, e provavelmente você o fez por merecer, deveria ter sabido beijá-la. A vida vai lhe ensinar e depois exigir que você saiba beijá-la. A vida também vai ensinar e depois exigir que você a perdoe e se perdoe. Mas a grande lição é que a vida vai lhe ensinar, por mais irônico que pareça, o quanto que é importante ser grato pelo pouco tempo que você tem com ela. Você tem que aprender, seja com um tapa ou com um beijo, que é uma grande perda não usar o pouco tempo que temos sem dizer o quão somos gratos por todos aqueles que passaram por nossas vidas, principalmente aqueles com os quais aprendemos a ser pessoas melhores, e, sim, isso inclui as pessoas que mais nos tiraram do sério, porque são justamente com elas que mais aprendemos quais pontos devemos mudar em nosso caráter. Por isso, talvez seja uma boa ideia ir atrás de cada pessoa que fez parte de sua vida e agradecer por tudo o que você aprendeu enquanto estiveram juntos. Ir atrás como se você fosse um paciente terminal e não lhe restasse muito tempo (porque não existe mesmo muito tempo), como se precisasse se reconciliar consigo mesmo antes de partir desse mundo. Talvez se agíssemos assim, aprendendo a beijar, perdoar, e agradecer, a vida nos deixe de ser uma vadia. Talvez seja essa a última lição.