Na Beira do Mar

Mais uma vez venho a ti. Vim debruçar-me sobre teu leito e com alegria posso avistar tuas ondas. Nesse exato momento, gostaria muito de ter um violão para acompanhar-me nesse vai e vem de ondas, loucas águas. Suspiros profundos, lágrimas caídas em terra, procuro estar em ti, maresia suave, brisa de fim de tarde. No aconchego do colo da minha amada permaneço, ela também almeja estar em águas mais profundas, imutáveis águas. Amada minha que me acompanha diariamente nessa loucura de vestígios insolentes, de encontro ao mar. Preciso reconhecer que em meio ao tempo, ainda há tempo de olhar pro mar e ver que algo pode parar o tempo.

Sinto-me traído por mim mesmo, ainda sei que o reflexo na água me mostra que sei aonde devo chegar. Por muitas vezes pensei em me lançar ao mar. Quis ser melhor do que todos mas não consegui ser melhor do que eu mesmo, acabei desistindo de mim, me lancei ao mar arrependido, sabendo que o meu verdadeiro lugar era na beira do mar.

Áthila Lima
Enviado por Áthila Lima em 22/06/2015
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