Anteontem
Há dias em que a lembrança é mais sensorial
do que a presença
Há dias em que essa mesma presença
garimpa saudade
Há dias em que a saudade
permeia vontades
Há dias em que as vontades
se tornam urgências.
Mas, ainda
Há dias em que tudo se pondera
na impossibilidade
Sendo que
não existem dias impossíveis
pra sentir
pra viver
pra estar
Anteontem se fazia ausente
na estrutura do improvável
hoje se faz presente
Pois
Há dias em que mais garbo é sentir
do que entender
No entanto
Os dias carecem de muito pouca desmistificação
mas, ás vezes,
o que desgasta
é o tempo
em que se leva
pra achar (...)
(...) Alguém,
algum dia,
ou alguma saudade
ausente
em algum lugar (...)
Mas ora ou outra,
acha.
O encanto do passado
se desfaz ao
recriá-lo
Mesmo a mística da ausência tendo suas regras,
mais belo é aquilo que ainda é possível
Portanto,
Há dias novos para se viver.
Sempre haverão.