Palavras
O final da tarde é sempre tão melancólico.
Os pássaros se ajeitando nos ninhos, a garoa fina caindo, a claridade se perdendo na imensa escuridão.
Da minha janela dá pra ver alguma claridade, mínima, se perdendo na escuridão que há aqui dentro do quarto.
Esses poucos raios iluminam os quadros e os livros, isso dá um ar de romantismo (ou goticismo), isso depende por onde meu pensamento vaga.
Eu pensava em algumas poesias e poetas nomeados, isso lembra-me algumas palavras chaves para eles, como por exemplo, Amor, Voar, ir, andar...
Amor é o que os mantem vivos, respirando dia após dia e palavra por palavra, estruturar algum texto lírico.
Voar é o que eles mais querem, sair daqui, libertar-se do marasmo vital, ir além.
Ir e andar são palavras que motivam em seguir em frente, "Andar sem olhar para trás", "andar sem rumo até encontrar-se...", isso é o que os escritores levam em mente, para a vida, ou simplesmente nem pensam em palavras... Vivem.
Meu pensamento vaga nisso, a explicação mais obvia é que, eu esteja pensativo demais, preciso esquecer das palavras e viver, mas as palavras são minha vida, e eu vivo em função delas.