1960
Já fui, quando criança, engraxate
para tentar ajudar meus pais saírem
daquela situação sem graça.
Trabalhei em uma casa de prostitutas,
Muito bonitas, elegantes, discretas.
Eu era muito bom no lustre do sinteco!
Me lembro, também, da carvoaria.
Naquela época não era proibido esse tipo de trabalho.
Ensacar o carvão graúdo era fácil,
Porém o grande problema era a “mumunha”,
Aquele pó fininho, que mesmo o garoto
Sendo de cor clara, voltava para casa pretinho!
Mas nem tudo era trabalho!
Tínhamos nossas brincadeiras de criança
Inventar brinquedos, fazer parte de um dos times,
Que bom ser escolhido, para jogar bola na rua!
Descalço, ruas de paralelepípedo,
Era preciso economizar o quichute,
Ir para a escola e nos preparar para o futuro!
Saindo da casa de materiais de construção,
Fui trabalhar em uma fábrica de Papéis de Parede!
Era um prazer produzir novas e lindas encomendas
Nunca sabíamos como ficava...
Sobre o resultado, o colocador nos informava: ficou ótimo!
Sim! Logo depois me tornei bancário!
Na Cidade de Deus, Osasco – São Paulo.
Bem mais tarde entrei na faculdade e
Aos 33 anos de idade me formei em Psicologia.
Boas lembranças, grandes empresas,
O trabalho me dignificou!
Adquiri desenvolvimento pessoal e profissional.
O meu sucesso não se compara
Com Freud, Pelé ou com Abílio Diniz,
Ou com nenhum outro infeliz.
Não se compara com aqueles
que chegaram a Presidência da República.
Procurei não ser hipócrita,
Busquei ser democrático.
Enfrentando dificuldades, conquistei alguns objetivos.
Sorri e sempre fiz algumas pessoas sorrirem.
Falhas, faltas, aconteceram também.
Muitas e muitas pessoas melhores...
Existem, Infelizmente, piores do que eu,
Mas igual ao Ildeu Vieira Santos ! ?