Desapego, diálogo e convergência: antídotos contra qualquer crise
Não compreendo certas pessoas que, para ganhar notoriedade, precisam humilhar e desrespeitar seus semelhantes. Não compreendo a razão de tanto ódio na sociedade. A guerra ideológica na disputa pelo poder joga por terra a dignidade humana. As redes sociais, em certos casos, viraram campos de batalha. Isso me preocupa, pois sentimentos de ódio sempre trazem consigo a intolerância, a impiedade e a insanidade.
Uma série de rótulos como "coxinha", "empadinha”, "playboy/patricinha", "favelado(a)", "fanático(a)", "homofóbico(a)" etc. apenas confirmam o que Jesus disse há tempos: "Todo reino desunido cairá em ruínas". Trazendo essa máxima para os nossos dias, podemos entender que "um país desunido será arruinado". O espírito de ódio fomenta a segregação, a discórdia e a destruição.
Exemplos de intolerância surgem ao montes. O filho da intolerância é o preconceito. Pessoas que dizem "lutar" contra ele, muitas vezes o reforçam por meio de suas atitudes. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido", já dizia meu amado Jesus. Não se vence o mal praticando algo ainda pior. O mal só pode ser vencido pelo bem. Mahatma Gandhi, certa vez, disse: "Olho por olho e o mundo acabará cego".
É lamentável que nossa sociedade seja tão violenta e indiferente ao ser humano. Muitos marcham pela legalização do aborto, pela legalização da maconha e por outras causas que tiram do foco o nosso problema real, que é a falta de união. Não digo que precisamos pensar e sentir de forma igual, mas sim, que por meio do amor verdadeiro, possamos unir nossas virtudes para construir uma nova realidade. Isso significa agir e sentir na unidade do Espírito Santo. Não, não é clichê religioso. É uma esperança latente no coração das pessoas que creem no poder restaurador e pacífico de Deus, que creem na transcendência e entendem que este mundo, do aqui e agora, precisa ser renovado e cuidado, para que aprendamos a conviver fraternalmente, a amar incondicionalmente, a consumir conscientemente e a entender que a vida é a Obra Prima do Deus Altíssimo.
Enquanto houver lares destruídos, bullying nas escolas, ausência de compaixão nas religiões, ausência de respeito entre os indivíduos, ausência de honestidade no exercício do poder, desprezo pela natureza e por todos os seres vivos, nada fará sentido! As Escrituras Sagradas nos ensinam que "Uma pessoa aprende com a outra, assim como o ferro afia o próprio ferro". Isso significa que, se nos destruirmos mutuamente, não aprenderemos nada e não transformaremos o mundo que nos cerca. Mas, se nos dermos a oportunidade de olhar as coisas a partir de um novo ângulo, certamente cresceremos juntos(as).
Já está na hora de abrirmos mão de certas coisas e de aprendermos o valor do desapego. O desapego liberta e renova nossas energias. Que tal desapegar-se de velhas mágoas, de dolorosos ressentimentos ou de ter "aquela velha opinião formada sobre tudo"? Que tal desapegar-se dos monólogos típicos de quem se sente dono(a) da verdade e demonstrar real interesse e empatia pelas pessoas? Que tal desapegar-se do famoso "jeitinho brasileiro", que é um eufemismo para corrupção? Que tal desapegar-se do espírito de revolta, que só traz danos emocionais e prejuízos a todos? Que tal desapegar-se do papel de vítima do sistema? Que tal desapegar-se do que não tem importância? Que tal desapegar-se da violência em todas as suas formas? O desapego nos faz ter consciência daquilo que tem real valor para nós. Ele nos ensina a amar incondicionalmente e a respeitar as escolhas de nossos semelhantes. Ele nos faz enxergar o ponto de convergência, a unidade que brota da diversidade. Que reconheçamos nossos elos para entendermos nossa interdependência e que, enfim, tenhamos consciência de que prejudicar a quem quer (ou o que quer) que seja, é macular a própria alma.
Eu acredito no bem e nas pessoas que o praticam. Penso que meu país voltará crescer, pois sei que há pessoas valorosas trabalhando e orando para isso. Sei que a unidade é possível, porque o hino de minha Pátria Mãe Gentil me diz que “um filho teu não foge à luta”. Nossa luta não é por partidos, mas sim pela dignidade do povo brasileiro, povo que merece respeito e bons exemplos de conduta. Eu creio no diálogo, na empatia, na possibilidade de se construir um novo e fortalecido Brasil, que irá superar qualquer crise por meio da genialidade, solidariedade e unidade de seu povo. Eu creio em tudo isso e estou disposta e me desapegar das ideias pessimistas e fracassadas, que teimam em insistir que meu Brasil vai se afundar. Não, eu não aceito esse pensamento de derrota! Toda e qualquer crise pode ser superada, basta persistir, lutar de forma pacífica e não desistir do que se quer alcançar.