Sinais (*)

se numa noite
ao ergueres os olhos para o alto
não vires uma estrela cintilando
abaixes a cabeça e chore...

se ergueres de novo
e ela continuar sem brilho
reflitas
dás um mergulho dentro de ti...

e tentes mais uma vez
mas devagarinho
ela estará em algum ponto do céu
e se ainda assim não a vires
chores bastante
pois tua visão está turva...

chore até até as lágrimas caírem sobre a terra
e ergues os olhos sem temor
a estrela pode estar se escondendo
avisando que tuas lágrimas não foram verdadeiras...

agora chores
mas não deixes as lágrimas caírem
melhor mesmo colocá-las em uma taça
e bebê-las sem pressa
sentindo o gosto do sal
e a dor de não vires uma estrela brilhar...

neste momento ela te observa de algum ponto
e novamente
sem precipitação
ergues as vistas com o coração pulsando
ela não te decepcionará
e teu esforço não será em vão...

se ainda assim não vê-la
péssimo sinal:
teu coração está duro...

não desanimes
todas as noites ergas os olhos aos céus
de tua alma
fiques horas
se possível a noite inteira
sem ânsia...

quando o teu coração estiver brando
e dentro de ti o amor fizer morada
o céu se encherá de estrelas
cintilando para ti.

J Estanislau Filho


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LIVRO, UM PRESENTE INTELIGENTE



(*) Fragmento do poema de 1987 - do meu segundo livro Três Estações. Originalmente intitulado Esperança. Inspirado em Como Pintar o Retrato de um Pássaro - Jacques Prévert