Na imensidão dolorida do caminho e perdida entre as palavras que soltas se debatiam nas janelas e portas fechadas do pensamento me senti refém do sentimento egoísta de posse e ferida na dor do abandono me fiz pequena e insignificante... Sentia falta da poesia, dos dias e noites envolvidos na cumplicidade de todos os atos vividos. 
Rastejei pelo solo árido da solidão impulsionada pela situação que a vida estava impondo-me, deixei que a chuva ácida do ódio estilhaçasse meu coração que sangrando inundava a alma do negrume impiedoso chamado negação e aceitação dos fatos e fui me deixando levar pela dor cega do ego ensandecido. 
Por longo tempo permaneci navegando neste mar de incertezas e interrogações até que decidi olhar de uma forma diferente para tudo aquilo que estava sendo  despejado em minha vida. 
Decidi elevar o pensamento a Deus e conversar, confessar todas as minhas deficiências e fui sentindo-me mais leve, entendendo e compreendendo as provações da vida... 
Comecei a superar todas as atribulações e, depois de tanto sofrimento e lágrimas senti o vento forte do renascimento varrer as folhas mortas acumuladas pelos cantos da minha vida, limpou o céu cinzento sobre minha cabeça, clareou meu olhar e me fez enxergar o sol que brilhava todos os dias, sentir na pele o calor do carinho. Pude então perdoar a mim mesma pela dor com que me feri internamente, ferindo também aqueles que estavam à minha volta... 
A vida e suas metamorfoses.