Lascívia

Atrevo-me esboçar ao que tange o meu pensamento, o desejo que me toma, registrar o que filtra meus olhos, jamais revelar um possível falso entendimento. Mostrar-lhe-ei o desejo que me corrói corpo adentro, separando coração, alma e tesão, fazendo valer o ultimo deles, expressivo, forte e incontido.

Quero experimentar de toda essa promessa de virilidade, quero abraçar-me em quereres e desaguar em prazeres, novos prazeres e não reprimidos, soltos, mundanos, sexualmente ativos.

Dos olhos, que se faz espelho d’alma, nada posso apostar, os seus contrários à minha falta de calma nada me vem revelar. Dois poços fundos, infinitos, penetrantes, pretos como o fundo do mar. Neles nada se vê, não transmitem paz, raiva, tormenta, nem o mais simples do emocional fugaz se contempla.

Seus olhares instigam a minha ânsia sexual mais violenta, o desejo mais selvagem, mais lascivo que uma vida humana sustenta, a vontade que não cessa, senão pelo gozar dessa prática intensa.

Seus lábios despertam em mim o desejo ardente, a chama que se propaga forte, queimando, entorpecendo meus sentidos com a necessidade de sanar essa vontade, de rasgar-me em você, de incendiarmos juntos, do nascer do sol até o seu poente, aquele que refresca a pele, mesmo quando queima feito brasa quente.

Essas mãos que me fascinam, tão fortes, grandes e cheias de energia, mãos de quem sabe como conter a estupidez que me domina. Mãos de homem, mãos divinas, aquelas prontas para um afago, para guiar, para acariciar, para derreter quem pensa poder lhe dominar.

Posso falar do seu peito, respiro fundo, não sai a voz...posso falar do seu peito, traçado em couro forte, mas que parece tenro, se acaso você me deixar, macio para deitar, recostar, apertar nas horas mais sacanas que o meu pensamento ousa fantasiar. Esse peito forte, que ao ver me faz delirar. E quando junta com o complexo costas, braços, ombros...deu pani, não consigo pensar.

Possua-me, pos-sua, permita-me tatear cada milímetro desse finito paraíso cultuado e esculpido. Apresente-me a graça de me dominar, entranhe-me com o seu eu, madrugada a fora até o dia raiar.

Ensine-me o seu cheio, o seu gesto, o seu modo de transar, não para sempre, não para a eternidade, apenas até nossos corpos precisarem recarregar.

Depois a gente se entende, em pensamente, se por algum motivo precisar, nossas vontade falam por nós mesmo, meu desejo é o mais fácil de decifrar.

FauS
Enviado por FauS em 08/06/2015
Reeditado em 08/06/2015
Código do texto: T5270414
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