AMOR E AMIZADE
(Sócrates Di Lima)
A flor que pela manhã desabrocha,
Convida-me com prosperidade.,
Esta flor nascida no meio de uma rocha.,
Terna, me oferece a sua amizade.
Eu a recebo,
Olho com ternura seu olhar triste.,
Ela está como eu, triste, mas percebo,
Que esta tristeza não subsiste.
Esta flor encantada,
Não é rosa, é raridade.,
Não é margarida desfolhada.,
É Litófilo, a flor da divindade.
Apesar do seu olhar de tristeza,
E do seu sorriso pálido.,
Há no seu coração uma beleza,
Que para minha amizade é válido.
Como esta flor também estou descontente,
Nem tudo para nós é maravilha.,
Ela a seu modo não está contente,
E eu, no meu peito uma dor fervilha.
Mas, olhando seu azul olhar,
Essa flor é encantadora.,
Que nenhuma tristeza pode apagar,
A alegria de uma alma sedutora.
E não poderia desconsiderar.,
Nem mesmo recusar.,
Mesmo que o amor venha passar,
A amizade é a flor que nos fará juntar.
Sonhos em pedaços....
Felicidades interrompidas.,
Nas vontades e nos abraços.,
Nunca nas despedidas.
Há no meu coração ternura e acalanto,
No meu olhar, luas que clarearão seu caminho.,
Sem tristeza, sem a dor do pranto,
Eu por ela, não estarei sozinho.
E ao acariciar essa flor,
Que orvalhada penetrou minha alma de verdade.,
Trouxe um outro amor,
O amor imutável da amizade.
Como o amor, a amizade é sagrada.,
Traz consigo todos os efeitos do amor.,
Tem carinho, ternura, cumplicidade alicerçada,
Na confiança, no prazer de ser sonhador.
E eu abraço esta possibilidade,
De jamais perder esta dádiva de amor.,
Mesmo que em forma de amizade,
Eu jamais abandonarei essa flor.
A amizade é um amor transformado,
Reformulado.,
Reformado,
Reinventado.