SER-COM-OS-OUTROS
Não é à toa que a frase "amai ao próximo como a ti mesmo" é tão famosa. Mas infelizmente seu sentido se perdeu com o tempo e a cada dia amamos menos. Fingimos amor!
Muitos falam que isso é devido a tal individualidade que assola os tempos atuais. Mas há um enorme engano nisso. Não é a individualidade o problema, mas o individualismo. A individualidade tem sim a sua importância, mas se perdeu no individualismo. E por conta deste engano as pessoas estão deixando de amar a si, e consequentemente, ao próximo (do qual também é parte).
Diante do enfraquecimento do amor-próprio, da subjetividade e do sentido de ser-com, pessoas agridem pessoas, pessoas deixam de ser pessoas. Pessoas nem ao menos se reconhecem como pessoa. Por isso nunca foi tão importante olhar para si para enxergar outros.
Reconhecendo-se enquanto pessoa é possível reconhecer outras pessoas. Pessoas que assim como você, merecem amor, respeito, liberdade e direito de ser. Precisamos reconceituar o sentido de individualidade e subjetividade, pois eles nada tem a ver com o conceito de individualismo.
É possível cuidar do que está dentro sem deixar de lado o que está fora. Aliás, só é possível se assim for. O que está fora não está separado do que está dentro. Você não "é" sem a existência do outro, e o outro só se vê enquanto outro porque você existe.
A situação está tão triste que dificilmente conseguimos ir além da equação 1 + 1 igual a dois. Nesta equação (1+1=2), antes de qualquer soma há uma divisão, do contrário não existiria a soma. Certo? Eis aqui o nosso engano, dividimos para depois poder somar. Isso não faz sentido, pois se a soma já existe então porque fragmentar? Já passou da hora de percebermos que não estamos juntos no mesmo barco, somos todos o próprio barco.