CRIADORES
Hoje nossas canções tocam no rádio
Costumávamos dançar, enquanto a chuva caía lá fora...
Éramos puros, ainda que a impureza fosse a chama
Éramos anjos, tanto quanto poderíamos ser
Nossos sonhos flutuavam entre as vibrações
Entorpecendo as virtualidades, e os mundos vigentes
Caminhávamos livres pelos belos jardins do caos
Era a vida iniciando, enquanto a volúpia nos tornava criadores
A vida multiforme ainda não tinha forma
Quando nossos acordes viajavam pelos abismos
Luz e escuridão ainda formavam uma só coisa
Sem altura ou largura, só a verdade silenciosa nos acolhia
Interdimensionalidade em propositado vislumbre
Dor em sua forma mais íntima e macrocósmica
Nós, pequenos arcanos arquétipos
Diante dos fluídos cintilantes, e raios de nova aurora
Percorremos estradas invisíveis por todos os lares do universo
O amor se fundiu a partir de toda desesperança
Um tenro tipo de aliança, alicerçada num vernáculo terso adiamantado
Uma veste apoteótica para uma semente idiossincrásica
Afinal “somos” ou “existimos”?
A simbiose desperta o espírito, como em uma cromodinâmica quântica
Subimos ou caímos? Sonhamos em discrepantes infinitos?
Questionamentos, reverberando por eras incontáveis, nos deixam nesse ponto...
Que tenhamos coragem para prosseguir...
Elucidação para iluminar o ato seguinte...