A poesia em mim
Eu tenho um grande desejo de expressar de modo perfeito o meu agradecimento à vida, mas não consigo. O dom da palavra que Deus me deu é muito especial, mas não há palavras que consigam traduzir o meu prazer diante da existência terráquea. Eu vivo mergulhado na felicidade. Viver é um dom e o maior espetáculo do qual um ser humano pode participar.
Eu gostaria de fazer um poema que expressasse todo o meu prazer por estar vivo e por ter nascido. Todavia, eu tenho certeza de que eu nunca construirei uma obra poética que seja capaz de dizer o que está dentro de mim. A minha poesia é incapaz de transmitir a profundidade dos meus sentimentos. O que eu sinto é indizível. O meu âmago é uma fonte de felicidade e de prazer, porque em mim habita o Ser Supremo.
Há momentos em que a filosofia e a poesia vivem em combate dentro do meu ser; uma vive lutando contra a outra; a razão deseja manter o controle. Há momentos em que eu desejo não ter nascido poeta. Todavia, não se escolhe ser poeta; não é opção; é vocação. O meu ser é poético. A filosofia é apenas um meio de sobrevivência. Eu sou poesia. A minha poesia não está apenas nos meus poemas. Ela se encontra no meu olhar e, principalmente, no meu ser. Eu me desarmo diante da beleza e do espetáculo da vida.
A filosofia me prepara para as lutas existenciais e/ou sociais, mas é a poesia que mostra o meu verdadeiro ser e que me move e me leva adiante. Em mim, a filosofia é apenas um instrumento de atuação social.
Obrigado, meu Bom e Generoso Deus!