LISPECTOR, um cara apaixonado
Eu sei lá o que tá acontecendo comigo, só sei que eu não tô bem. Essa guria tem poderes especiais e ela tá me torturando, abusando da força que exerce sobre mim, e o pior é que eu tô começando a me acostumar com a situação. Ela fala e eu concordo, mesmo querendo discordar. Ela anda e eu vou atrás, como um cachorrinho que não desgruda do dono. E eu confesso que não me importo de estar acorrentado. Não me importo porque isso, de certa forma, é bom. É bom porque eu fico perto dela. E, caramba, como é gostoso ver o sorriso dela todo dia. E ouvir a voz suave de quem tem a música como hobby. Ela é tão incrível e me faz sentir tanta coisa que eu seria capaz de tudo para vê-la feliz. Eu escalaria uma montanha por ela, pularia do vigésimo andar de um prédio, seria capaz de dar a volta ao mundo ou de trocar minha vida pela dela, mas não iria embora nem se ela implorasse. Porque eu não sei mais viver sem ela e também porque eu não seria o mesmo louco apaixonado sem a minha musa inspiradora. E, principalmente, porque eu sei que seria difícil respirar longe dessa guria, já que ela é meu oxigênio.