Um barco ausente de amor
Guio a rota pelo rio a fora.
da haste sem vela, sem manivela.
Corto as trilhas seguindo os
pequenos peixes.
Meu barco.
Meu destino.
Minha história.
Águas escuras levam a paisagem.
Apressadas escapolem por
entre os dedos.
Acomodo-me na roupa velha.
Deixo que tudo me navegue.
Estou só neste lugar
evazivo e desminliguido.
Um amor aguarda minha ausência.
Logo o sol se achega dando sentido
a vida que lá trás partiu.
Do boca larga sem riso.
Pego firme no remo.
O vento vai sorrateiro, sem cais,
no ermo barco.
O destino esgota no eco da proa,
e eu, do fardo dolente que dorme
nos rios, em outra solidão alheia.
Luciana BianchIni
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