Um barco ausente de amor

Guio a rota pelo rio a fora.

da haste sem vela, sem manivela.

Corto as trilhas seguindo os

pequenos peixes.

Meu barco.

Meu destino.

Minha história.

Águas escuras levam a paisagem.

Apressadas escapolem por

entre os dedos.

Acomodo-me na roupa velha.

Deixo que tudo me navegue.

Estou só neste lugar

evazivo e desminliguido.

Um amor aguarda minha ausência.

Logo o sol se achega dando sentido

a vida que lá trás partiu.

Do boca larga sem riso.

Pego firme no remo.

O vento vai sorrateiro, sem cais,

no ermo barco.

O destino esgota no eco da proa,

e eu, do fardo dolente que dorme

nos rios, em outra solidão alheia.

Luciana BianchIni

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Luciana Bianchini
Enviado por Luciana Bianchini em 23/05/2015
Reeditado em 14/06/2015
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