Sou Tela e Pintura

A tristeza me aflige muito; tive tristeza profunda... Silenciei...

Me mantive calado...

Hoje, estou da mesma forma: triste.

Triste, mas sorrindo...

E quem disse que sorrir muda o dia, acertou!

Mas sorrir jamais será suficiente para mudar nossas escolhas...

Somos o que temos e assim sempre o será...

Mostro-me parcialmente na tela pintada de quem me vê; mostro-me a quem acredito que mereça. Sou tela!

Estou triste, silenciosa...

Tenho meu teatro diário, meu palco. Lá, me refugiu. Lá, me reinvento e mostro aquilo que as pessoas desejam ver. Estático, mostro-me!

O mal: ler muito, estudar demais, ter muita informação, algum conhecimento que me valha de força para enxergar àquilo que é falso e que maqueia-se de intensões boas...

Créditos, bônus ou cárcere? Qual deles serve para combinar com conhecimento?

Penso que sofrer do mal do século 18 onde a morte era a melhor saída para aquele cujo intelecto fôra presenteado com o conhecimento é a melhor saída. Estático: a morte amortece a dor...

Apenas me dá alegria o fato de ajudar a outros a terem suas portas destrancadas pelo pouco que mostro em minha tela... Pelos caminhos indicados por mim; pelo pouco de visão privilegiada que tive. Se enxergo um pouco mais hoje é porque tive gigantes em minha vida.

Hoje sou escravo de mim mesmo, nas lamúrias de quem apenas vê tudo diferente: o avesso de realidades que outros só ecoam, ecoam, ecoam...

Feliz é o pintor cuja pintura escolhe o momento ideal para ser eternizada, sentida, falada, silenciada em olhares múltiplos de petição: estática visão pintada.

Assim sou eu pintando a tela de quem me vê e não me enxerga.

Texto: Prof Carlos Maciel

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 20/05/2015
Código do texto: T5248143
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